quinta-feira, janeiro 14, 2016

Faça-se Luz

            Em sequência duma mistificação humana, no caso a partir da correlação humana com os elementos naturais, designadamente com as temperaturas e respectivas amplitudes térmicas climáticas, mas que até também pelo genérico mental sociocultural humano inerente, aproveito para reflectir um pouco ou mesmo muito mais além da particular mistificação em causa, tendo por base a seguinte frase, socioculturalmente, feita:

            "O frio é psicológico”, sendo uma expressiva frase que eu já ouço desde há muito, dalgum modo desde sempre ao nível das minhas origens, no entanto mais recentemente também li essa mesma frase aqui na Net em sequência dos, mais ou menos, tradicionais banhos de Ano Novo, já seja no mar ou em rios, mas em qualquer caso em cursos d’água naturais, ao ar livre e com a, no caso, fria e em alguns casos mais a norte nacional ou continental mesmo gélida temperatura ambiente do ar e da água, logo podendo considerar-se como valentes os e as que se atrevem a banhar-se nessas mesmas águas geladas, em alguns casos inclusive mais duma vez por ano, designadamente aquém e além do excepcional banho de Ano Novo. Em que no relativo ao excepcional banho de Ano Novo eu próprio já cheguei a fazê-lo e de noite, mas uma única vez e nas águas apesar de tudo relativamente tépidas aqui do Sul continental, logo não me tenho como muito valente enquanto tal, mas para quem o faz por tradição, inclusive para além do Ano Novo e ainda mais se ao nível do gélido Norte Europeu e/ou até Mundial, como reflectem algumas noticias na comunicação social _ https://www.google.pt/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=10&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwjL_PvtiajKAhWDfRoKHZkVCQUQFghOMAk&url=http%3A%2F%2Fwww.tsf.pt%2Fsociedade%2Finterior%2Fimunes-ao-frio-na-siberia-4967584.html&usg=AFQjCNEdrI2oZ9OsxTLQRC3wFto-yGwQYA&sig2=fC7S88HPjkswlmzqIzg7TQ _, eu diria que esses e essas são mesmo uns e umas valentes, desde logo ao nível psicológico e mas creio que também físico e mental.

            Sequência de que a valentia em causa é ou só pode ser, no mínimo, psicológica, mas logo e enquanto tal não sendo eu, no mínimo, psicologicamente muito valente, no entanto resta-me, ao menos, ainda alguma capacidade de raciocínio, para dizer que o frio não é de facto psicológico. Seja que o frio existe de facto climatericamente e constata-se fisicamente. Até porque se o frio fosse meramente psicológico, até não seria só o frio e mas também o calor, o que enquanto tal quereria dizer que não havia amplitudes térmicas naturais, haveria sim uma temperatura constante, que depois a psique de cada qual humanamente falando interpretava à sua maneira, como quente ou fria, como mais quente ou mais fria e/ou ainda duma forma mais constante ou mais intermitentemente quente ou fria segundo as circunstancias em que se encontrasse a psique de cada qual, a cada momento. O que como se sabe ou pelo menos eu julgo saber que, mais uma vez, não é só ou sequer de todo assim de facto.

            Pelo que, também mais uma vez e ao menos eu, tenho de chegar à conclusão de que o frio tal como o calor, no fundo as temperaturas e suas respectivas amplitudes térmicas climáticas existe(m) de facto, agora a maior ou menor adaptabilidade e/ou resistência às mesmas é que já depende (também) muito da psique de cada qual. A partir de que entre a frase o frio é psicológico e o que eu acabo de escrever ao respeito, quer-me ainda parecer que uns seremos mais fortes psicologicamente e outros mais fortes racionalmente, independentemente de ambos ou outros sermos também mais fortes ou mais fracos duma outra qualquer forma, designadamente física; mas que em qualquer caso se conjugadas positiva e construtivamente as fortalezas e as fraquezas duns e doutros, o que eu também creio que surge ou pode surgir é a Luz, no caso concreto a Luz do auto e do interconhecimento pessoal, humano, vital e universal. No caso auto e interconhecimento este que é tão mais potencialmente infinito quanto mais positiva e construtiva for a sua respectiva gestão e posta em prática por parte de todos e de cada qual e/ou pelo menos pela maioria de todos e de cada um de nós humanos por nós mesmos e de entre uns e outros. Sendo que com isto tão pouco creio que eu esteja a dizer/escrever algo de extraordinário, crendo sim que estou tão só a auto e interassumir a realidade Vital/Universal e no caso terrena de que as temperaturas térmicas existem de facto, relativamente às que a adaptabilidade e/ou a resistência humana é que varia de entre uns e outros, por si só dependendo do próprio estado psicológico, mas também do estado físico, anímico, mental e espiritual de cada qual, podendo esse estado variar inclusive radicalmente de entre uns e outros e/ou por si só em cada qual segundo diversos momentos e circunstancias da nossas próprias vidas individuais ou colectivas. Em qualquer caso é a humanidade que se adapta e/ou que resiste às reais amplitudes térmicas climáticas, segundo também a condição psicológica do individuo ou do colectivo humano; em vez das amplitudes térmicas serem uma mera projecção psicológica humana, como se as mesmas não existissem climatologicamente de facto, no caso aquém e além da psique humana. Mas tudo isto não mereceria tanta conversa se não fosse o que se segue, enquanto da minha perspectiva derivado de misticismos simplistas como o de que “o frio é psicológico”, como se o simples frio climático não existisse realmente de facto.

            A partir de que creio eu ser de todo em todo melhor (re)conhecer a realidade do que mistificá-la, até porque se por norma a realidade é simples e a sua mistificação simplista, já de entre uma coisa (realidade simples) e outra (misticismo simplista) o que costuma resultar são grandes complicações, ainda que não necessariamente ao nível de casos como o de que o frio é psicológico, que é relativamente insignificante em si mesmo, mas já pela mentalidade sociocultural simplista associada ao mesmo podem resultar e não raros resultam de facto complicações de maior, como por exemplo xenofobias várias, designadamente raciais, políticas, nacionais, religiosas, culturais, etc., cujo uma das consequências é a de que em vez de se procurar conjugar as inevitáveis e até desejáveis diferenças individuais ou conjunturais de entre uns e outros, duma forma positiva, construtiva e/ou por si só inteligente com base na realidade, o que não raro se faz é tentar subjugar ou mesmo aniquilar a diferença duma forma negativa, destrutiva e/ou estúpida com base em mistificações da realidade _ por exemplo ao nível de misticismos políticos, religiosas e afins, por norma numa base do eu e o meu partido, eu e a minha religião, eu e a minha ideologia, etc., etc., é que sou o bom e o correcto, já tudo e todos os que sejam diversos, tanto pior se opostos a mim, ainda que e/ou até porque os opostos se confundam, serão inferiores a mim e logo exploráveis, desprezáveis ou mesmo aniquiláveis por mim. O que subentenda-se é uma complicação que, como histórica e mas também correntemente bem se sabe costuma levar incontornavelmente a um ciclo degradante, cadente e no limite até catastrófico.

            Pelo que a terminar algo que tem potencialmente muito o que se lhe diga, mas que aqui para o presente sucinto contexto voltaria ao paradigma da Luz já figurativamente focado atrás, ainda que agora concretamente focado para o em si mesmo e mais literal nível da Luz de origem eléctrica, para por concreto exemplo _ que já alguma outra vez utilizei _ dizer que esta última (Luz de origem eléctrica) nasce de dois pólos que são não só diversos como até mesmo inversos, designadamente um positivo e outro negativo, ainda que quando conjugados inteligentemente dão origem à corrente e respectiva Luz eléctrica; mas já se os mesmos ditos pólos confrontados de forma meramente aleatória e/ou pior se objectivamente frente a frente sem mais acabam repelindo-se com violência, dando origem a curto-circuito e logo inviabilizando qualquer positivo, inteligente ou absoluto aproveitamento _ dalgum modo originando as trevas ou pelo menos que não termine de se sair destas últimas _ podendo a energia eléctrica neste último caso ser irracionalmente encarada como um místico poder diabólico; ainda que quando racionalmente encarada e aproveitada (a energia eléctrica) como a simples realidade Vital/Universal que é, acaba por dar origem à corrente eléctrica que paralela e mas inversamente à sua irracional mistificação se pode considerar uma dádiva Divina. Tudo isto, mesmo que de entre meio, o racional e objectivo conhecimento da simplicidade da Vida possa exigir e de facto exige um significativo e não raro complexo esforço humano, mas que no final e se esse esforço for de origem e com um objectivo positivo acaba sempre por compensar humana, vital e universalmente, não só pelo efectivo (re)conhecimento humano da realidade Vital/Universal, mas também pelo positivo/construtivo bom uso desse (re)conhecimento. Pelo que apesar de e/ou até por, de entre meio, com algum maior ou menor esforço humano, acrescido ainda dalguma maior ou menor complexidade racional pró (re)conhecimento humano da realidade, mas em qualquer caso pró detrimento das trevas por inerência da simplista mistificação humana da realidade, acima de tudo que faça-se Luz com base na simples realidade tal como ela Vital/Universalmente é de facto, mais o seu real (re)conhecimento humano.                                                                                                                                                                                                                            VB

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