terça-feira, julho 09, 2013

Legitimidade e água benta...

            Nasci e ainda que o contexto tenha revolucionariamente mudado, no entanto reflexamente também cresci num contexto sociocultural, familiar, vivencial e existencial modo geral bastante restritivo. Desde logo quem como eu nascia na base de todas as bases socioculturais tinha constante e permanentemente de, por assim dizer, provar que merecia existir. Seja que nascia-se com o estigma da negatividade e tinha constante e permanentemente de se provar ser positivo, em qualquer caso perante uma infinidade de hierarquias e/ou de estratos socioculturais (pseudo) superiores. Seja ainda que praticamente não se tinha direito a vida e/ou a expressão própria, salvo se sob os ditames de precisamente uma infinidade de hierarquias e/ou de estratos socioculturais (pseudo) superiores. Base e sequência em que ao mais ínfimo erro ou que tão só e não raro a preconceituosa ou interessada interpretação de erro por parte duma hierarquia ou estrato sociocultural (pseudo) superior com relação ou sobre um estrato sociocultural inferior, se era imediatamente humilhado, restringido disto ou daquilo outro e no limite até oprimido ou reprimido _ em regra e salvo as devidas excepções, remetendo sempre, que não raro esforçada ou artificialmente para uma condição sociocultural e estatutariamente inferior ou mesmo negativa. No fundo e na verdade nasci e cresci como “menino mal” a ter de provar constante e permanentemente ser “menino bem”, o que no meu caso e tanto pior ainda se quando já após revolucionário mudança de paradigma sociocultural, ainda que e tanto mais se ao nível semi analfabeto e provinciano rural, com continuo reflexo do paradigma anterior, não tendo eu conseguido auto afirmar-me pela positiva, designadamente ao nível interpessoal, social e curricular escolar e/ou posteriormente familiar próprio e social modo geral, tudo o que me restou e/ou resta ainda hoje e quiçá indefinidamente é uma muito significativa, por não dizer mesmo profunda insegurança, carência de autoconfiança, não raro mesmo de auto estima e/ou de amor próprio, como melhor das hipóteses traduzida(s) em auto exigência, em rigor, em idealismo, em perfeccionismo, com significativa austeridade própria de por meio. Mas em que na circunstancia sendo eu o exemplo de “menino mal”, o exemplo que se segue é um daqueles exemplos de “meninos bem” _ tá a ver_ neste último caso tanto mais se a um nível sociocultural relativamente elevado por si só e/ou muito significativamente elevado com relação a mim. Sendo o exemplo de “menino bem” aqui em causa o seguinte:

            

            E que sendo o “menino bem” em causa um ex. afamado jornalista, um ex. governante e após várias tropelias, em que o mesmo se tornou por assim dizer catedrático, é também o actual vice Primeiro-Ministro da nação. Mas que de entre o jornalista que foi, mais o  ex. governante que foi e o governante que actualmente (ainda) é, de que em qualquer dos casos o vídeo atrás exposto é mero e mas também genérico paradigma da personalidade em questão. Cuja respectiva personalidade em questão como líder dum partido político que vale cerca de oito por cento (8%) dos eleitores nacionais, mas que apesar disso e em directa sequência das tropelias atrás referidas e da tão lamentável quanto diria eu mesmo anedótica situação do próprio País, a personalidade em causa é dalgum modo quem dita muitas, cada vez mais e quiçá já as maioritárias regras da governação e/ou pelo menos da composição governativa. Tudo isto quando no debate político e social nacional modo geral, em que até pelas globais circunstancias em causa, se fala muito e cada vez mais de legitimidades e/ou de ilegitimidades para cá e para lá; logo e que tendo por base a personalidade em causa e a sua posição política e social diria e digo eu que: legitimidade e água benta cada qual toma a que quer!...

            E no caso concreto o próprio País, parece lamentável e/ou anedoticamente merecer os legítimos ou ilegítimos(!!!) políticos e/ou o(s) governo(s) que tem, no caso concreto chegando o próprio País a ficar refém deste tipo de personalidade, por assim dizer: egocêntrica, pomposa, vaidosa, oportunista, (algo) ridícula, acima de tudo incoerente, por mais e/ou pior não dizer!

            Mas atenção que tudo isto sou eu, um original “menino mal” que se esforça por ser um “menino bem” ou perdão que se esforça (me esforço) por básica e elementarmente (auto) sobreviver que o diz, desde logo relativamente a alguém que lidera um partido político que apesar de e/ou até por tudo merece a confiança de oito por cento (8%) do eleitorado nacional, cujo correspondente líder político e respectivo vice Primeiro-Ministro dita circunstancialmente tanto ou mais a nível governativo ou pelo menos a nível de composição governativa do que o próprio Primeiro-Ministro, pelo que enquanto da minha parte o presente vale o que vale ou o que deixa de valer! Ainda que e/ou até porque dadas as circunstancias o Dr.º Paulo Portas, vice Primeiro-Ministro da nação, não me oferece, nem me merece confiança, nem sequer positiva e coerente consideração política ou social alguma; o que associado à minha carência de auto confiança própria me remete para uma condição de auto subsistente cada vez mais e mais profunda _ salve-se a minha auto exigência e perfeccionismo, com intermédia austeridade própria _ o que no seu conjunto se me torna muitas vezes mais paralizante do que dinamizante, de entre o que como se diz aqui na minha terra "cá se vai andando, como Deus quer!" e acrescento eu que já nem sei se legitima ou ilegitimamente?!


                                                                                              VB          

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