terça-feira, julho 12, 2016

Touradas II

O "heroísmo" dos toureiros _ matadores de touros em Espanha(*) _ decorre directamente do risco de vida a que se auto submetem perante o touro, desde logo "lidando", vulgo torturando e matando(**) este último, num acto espectacular designado de arte: tourada.
A partir de que como mínimo custa a acreditar que se designe de "assassino" o touro que durante a "lide" acabe por auto defensiva e instintivamente matar o matador (toureiro). Enfim coisas da irracionalidade _ dita de tradição _ humana!!!!
Em qualquer caso é sempre de lamentar uma morte humana, tanto mais se dum jovem, ainda que no caso concreto uma morte decorrente da própria actividade "heróica" de toureiro (matador de touros) cujo seu heroísmo e/ou por si só a sua dignidade enquanto toureiro deriva do inerente risco de vida perante o touro. A partir de que demonizar/criminalizar o touro e inclusive a mãe deste último é um absoluto absurdo da parte humana. Sequência de que a meu ver, tanto ou de todo mais que simplesmente lamentar a morte do toureiro é sim de honrar quer a vida e morte do toureiro quer do próprio touro _ só assim fazendo sentido algum heroísmo e/ou dignidade humana inerente à actividade tauromáquica em causa.

Ah! E depois de entre as muitas e hipócritas incongruências humanas subjacentes a este factor tauromáquico, inclui desde logo a retórica do "touro bravo e quanto mais bravo melhor!", mas depois e em efectivo quando o touro leva a sua bravura ao limite mata-se até a mãe deste último para acabar com a "brava linhagem", que passa a ser considerada "assassina" _ dalgum resumido modo, como li num determinado comentário a este respeito: "proclamam-se touros bravos, mas na realidade exigem-se tourinhos!!!"
(*)...fatal risco de vida que em Portugal e na tourada à Portuguesa praticamente não se coloca, até porque em Portugal quem corre mais riscos directos são os forcados, que por norma implicam umas meras contusões, entorses, ..., no limite e mais raramente algum osso partido. Até porque em Portugal toureia-se e pega-se touros com os cornos cortados e/ou embolados, enquanto em Espanha se "lidam" e matam touros com os cornos em pontas ou como Deus lhos deu!

(**) Atenção que na acepção aqui em causa não se está, desde logo eu não estou a falar de se matar um animal (bovino/touro) por necessidade de subsistência fisiológica/humana, como de resto é relativamente comum de entre espécies na natureza animal e na respectiva cadeia alimentar natural modo geral. Esta-se e desde logo estou eu a falar sim da tortura e morte dum animal (ser vivente) como forma de espectáculo/diversão sanguinário/a: tourada _ com frequentemente mero pseudo-heroísmo humano!

VB

ptjornal.com/tradicao-matar-mae-do-touro-matou-toureiro-nova-polemica-91969


O toureiro Víctor Barrio, de 29 anos, morreu na noite de sábado na praça de touros de Teruel, leste de Espanha, na sequência de uma colhida pelo terceiro touro da corrida, disseram fontes municipais.

Barrio recebeu cuidados imediatos, mas não resistiu aos ferimentos, acrescentaram as mesmas fontes, que anunciaram a suspensão das festas taurinas.
Nascido a 29 de maio de 1987, Barrio recebeu a alternativa na praça de touros de Las Ventas de Madrid, a 08 de abril de 2012, tendo conquistado várias distinções como melhor toureiro em Bilbau e Santander, e os prémios Alfarero de Oro, Frascuelo de Plata, Espiga de Oro, Mesonero Mayor de Castilla e Chimenea de Oro.
Barrio chegou tarde às lides, depois de trabalhar num campo de golfe, ocupação que conciliava com os estudos.
A decisão foi tomada aos 20 anos. "Sempre senti grande admiração pelos toureiros e pela festa, mas tinha vergonha de dizer que queria ser toureiro e um herói como eles", disse, de acordo com a agência espanhola de notícias.
A morte de Víctor Barrio é a primeira deste século em Espanha, indicou a agência noticiosa EFE.
As mortes dos toureiros Francisco Rivera "Paquirri" (Pozoblanco, Córdoba, 1984) e José Cubero "Yiyo" (Colmenar Viejo, Madrid, 1985), assim como as dos bandarilheiros 'Manolo Montoliú' e Ramón Soto Vargas (ambas em 1992) foram as últimas nas arenas espanholas.

Diário Digital com Lusa


1 comentário:

  1. ...aliás a haver alguma dignidade humana nesta "arte" designada de tourada em que o ser humano "lida" (tortura e mata o touro) como forma de espectáculo sanguinário, essa dignidade da parte humana decorre também do risco vital/fatal deste último perante o touro, enquanto risco por vezes concretizado como no caso concreto acima. A partir de que "diabolizar/criminalizar" o touro e incluisve a mãe deste último sempre este concretiza auto defensivamente o seu instinto natural perante a como mínimo enviesada mentalidade humana inerente, a meu ver faz do ser humano infinita e redundantemente mais irracional que o próprio touro! vb

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