quinta-feira, janeiro 17, 2019

Questão de princípios, de meios e de objectivos...

Natural e, digo eu, felizmente nem todas as pessoas podem simpatizar connosco, desde logo gostar de nós num sentido pessoal e humanamente amplo, bem entendido.

Sequência de no que a mim se refere há uma pessoa, significativamente mais velha que eu, que conhecendo-me desde sempre, jamais demonstrou ter uma ideia muito positiva de mim, se acaso bem mesmo pelo contrário. Que de entre motivos mais objectivos ou mais subjectivos a mesma lá terá as suas razões, mas seguramente não por eu alguma vez a ter prejudicado, que mais uma vez e se acaso bem mesmo pelo contrário. Sendo que eu não consegui (ainda) e quiçá nem me interesse (de todo) entender se a mesma antipatiza comigo por motivos mais objectivos ou mais subjectivos. Mas desde logo por um qualquer seu inato ou cultural preconceito com relação a mim seguramente que sempre foi e é. No caso sendo uma daquelas pessoas que ao estilo da história do rapaz, do velho e do burro: em que designadamente, salvo eu esteja a servir dalgum directo ou indirecto modo os seus próprios interesses ou em consonância com as suas ideias, de resto faça ou deixe eu de fazer o que quer que seja na minha própria vida, que para essa pessoa estou ou estarei sempre mal, na melhor das hipóteses olhando-me como uma espécie de positivamente incapaz ao estilo: cotadito, é o victor _ repare-se que escrevo o meu nome com letra inicial minúscula, porque estou a citar o que sei dita pessoa negativa ou pelo menos de forma positivamente redutora pensa a meu respeito!

Sendo que essa pessoa por si só e respectivamente na sua negativa ou pelo menos positivamente inócua perspectiva a meu respeito, pouco ou nada evoluiu em décadas. Cujo um mais recente e concreto exemplo, das atitudes depreciativas ou positivamente redutoras, quando não mesmo provocadoras/ofensivas dessa pessoa com relação a mim está no facto de na passada temporada (2017/2018) de apanha de azeitona, dita pessoa em determinado momento, ao passar circunstancialmente por onde eu andava a apanhar azeitona, como (quase) sempre, não resistindo a positivamente desfazer com relação a mim, sendo que nem recordo se me cumprimentou, para de imediato, num misto de troça e de sarcasmo, passar a um monólogo do tipo: _ "olha o victor a apanhar azeitonas! Isso de apanhar azeitonas é alguma coisa? Eh! Isso não é nada, isso não dá nada!". Da minha parte que, salvo motivo de força maior, de resto e por um lado, até para não ter de me chatear a sério com a mesma, auto mentalizei-me desde há muito a relevar o que dita pessoa me diz e/ou diz a meu respeito. Sequência a que se associou o facto de no momento a que aqui aludo, para além de eu andar a apanhar azeitonas também estar mergulhado em pensamentos e preocupações muito mais profundo/as e complexo/as do que as imediatamente releváveis palavras de momentânea circunstancia dessa pessoa para comigo, mesmo que essas releváveis palavras de momentânea circunstância por si sós ou associadas a outros diversos factores, cumulativamente ao longo do tempo também contribuam para os meus mais profundos e complexos pensamentos e/ou preocupações; de entre o que até por isso e mas também por alguma minha congénita natureza própria, leve a eu não seja propriamente portador do espontânea dom da palavra, desde logo para dar imediata resposta pronta, com devida e contextualizada adequação às mais imediatas e relevantes ou releváveis circunstancia de cada momento presente; de qualquer modo, o facto é que, tudo isso aplicado aqui ao caso concreto aqui relatado, levou a ao menos aparentemente eu ter ignorado a provocativa/ofensiva observação em tom trocista e sarcástico da outra pessoas para comigo, ainda que também com provocativa/sarcástica subtileza da minha parte para com essa mesma citada pessoa, ignorei tudo o que a mesma disse, salvo tendo considerado a sua presença ali, para com o que me limitei a corresponder-lhe com tão sincero quanto também meramente seco: bom dia! O que, por um lado e no momento até levou a pessoa a mudar significativamente o tom e o discurso, tendo então ainda referido algo alusivo à apanha da azeitona já em tom mais grave e razoável, mas também insignificante, a ponto de eu não ter fixado em objectivo o que foi e logo após seguiu o seu caminho. O que no entanto e por seu turno, neste último caso, me leva, como tal, a crer que a pessoa em causa me interpreta ainda mais como, no mínimo, um coitadinho ou no máximo como um saco de levar porrada _ verbal, bem entendido! Ainda que, por assim dizer, as minhas secas e/ou razoáveis reacções à mesma, eventualmente e como mínimo a ponham a pensar, a ponto de imediatamente após essa dita pessoa até leve uns tempos com entoações e/ou observações mais comedidas com relação a mim e/ou acerca do que eu faço ou deixo de fazer _ pelo menos até que não passe algum tempo e tudo volte ao seu "normal" para comigo. Seja que o facto é que a (quase) exclusiva norma da pessoa em causa para comigo e de mim para com a mesma é basicamente a aplicada ao caso acabado de descrever.

Mas já agora, tudo o anterior, adicionado da paradoxal curiosidade da pessoa em causa, na corrente temporada de azeitona (2018/2019) se ter atirado a apanhar azeitona como se não houvesse amanhã _ parecendo que de repente: "... apanhar azeitona passou a ser algo e/ou dar alguma coisa(!)". O que inclusive me leva a reconfirmar uma relativa norma dessa mesma pessoa, não só e nem sequer mais gravemente com relação a mim, mas também com relação a outras pessoas, inclusive em algum caso comigo como testemunha directa, tender dita pessoa a projectar os seus próprios defeitos no próximo, designadamente ao estilo de não dizer o que pensa, mas sim de dizer o que lhe vem à cabeça sem pensar, coincidindo isso mais das vezes com acusar ofensivamente o próximo de defeitos que não raro são a norma da própria pessoa acusadora _ o que em alguma que outra já múltipla circunstancia tem chegado a levar a, digo eu, sempre lamentáveis vias de facto, ao nível de confrontada acção física, por parte doutrens face à e sobre a pessoa aqui em causa. E atenção que estou a referir-me a alguém que ao micro nível comunitário local tem o seu relativo e referencial peso, que não sendo um peso tão importante quanto a própria pessoa se auto julga a si mesma, no entanto tão pouco é tão insignificante quanto, ao menos, a consequente importância que eu lhe dou ou melhor que relevavelmente deixo de lhe dar, em qualquer dos casos a exemplo do que e como aqui escrevo ao respeito.

Sendo que eu utilizo o exemplo da pessoa aqui em causa relativamente a mim, como significativo paradigma dos meus princípios socioculturais e existenciais gerais; enquanto sendo a pessoa em causa mais velha que eu, ao nível de poder etariamete ser elemento meu progenitor, como tal referencial parte das minhas origens desde sempre; que tanto mais originalmente assim quanto a pessoa em causa não evolui muito na sua forma de ser e de pensar _ desde logo de fazer julgamentos de valor acerca do próximo, mais das vezes como projecção de si mesma _ aqui para o caso e por si só  com relação a mim, também acabe por na actualidade continuar a ser um paradigmático retrato individual duma mais generalizada forma em que eu era visto ou perspectivado ao comunitário nível local, além de sócio-cultural e existencialmente dum modo geral.

Como seja que à altura das minhas mais remotas origens, inclusive como algo de que se foi evoluindo muito lentamente, desde logo bastava ser-se criança e pior se criança pobre, como eu, para se ser perspectivado pela negativa ou pelo menos como alguém que não tem(tinha) querer, pensar, sentir, necessitar, no fundo existir próprio, salvo o que uma multiplicidade de hierárquicos estatutos superiores, como designadamente pais sobre filhos, mais velhos sobre mais novos, mais ricos sobre mais pobres, etc., etc., decidissem/definissem unilateral/superiormente serem as necessidades e no limite a identidade dum infantil-juvenil, desde logo aquém e além da mais básica e imediatamente incontornável necessidade de primária subsistência orgânica. Daí que o que mais importava até era a/o menina/o ser gordinha/o, pois que de resto e norma geral de criança (infantil/juvenil) _ vulgo moços _ não se esperava nada de bom! Sendo que isso depois era mais ou menos consequente ou inconsequente, positivo ou negativo, no fundo marcante ou irrelevante, etc., para cada qual, segundo a respectiva personalidade, a vivência familiar, comunitária, social, etc., de cada qual. Cujo no meu caso marcou-me tanto quanto o presente (ainda) reflecte por si só. O que em abono da verdade, no meu caso também haviam uns elogios que eu por vezes recebia, como por exemplo o elogio ser algo físico-externamente engraçadinho e/ou de ter um feitio sossegado! Ainda que depois os à partida elogiosos adjectivos de engraçadinho e de sossegadinho fossem uma espécie de pau de dois bicos, na medida em que por exemplo o engraçadinho era, como mínimo, potencial fonte de invejas e o sossegado também aproveitado para mais negativa ou depreciativamente se me taxar de banana ou de sonsinho. Em qualquer caso com o engraçadinho a não depender de todo de mim, mas sim da minha congénita natureza; enquanto o sossegado se em parte também dependia da minha congénita natureza tímido-introversiva, por outro lado tinha uma forte componente vivencial, em parte de respeito e em parte medo face aos meus próprios pais, que designadamente me diziam recorrentemente não querer ouvir queixas de quem quer que fosse relativamente a eu ter feito algo de mal _ fosse e significasse isso o que quer que fosse ou significasse, a mim levou-me essencialmente a auto anular-me prática, interactiva e funcionalmente perante o próximo e a própria vida, por receio de dar razões de queixa a quem quer que fosse e com isso desde logo desonrar os meus pais e se acaso levando os mesmos a castigarem-me física, verbal, em qualquer caso publicamente, como algo vergonhoso por si só e para mim em concreto. Sendo que de entre tudo isto havia ainda um factor, para mim era terrifico, que era um elemento estatutariamente inferior nas múltiplas hierarquias vigentes, como a hierarquia etária, a hierarquia social, a hierarquia institucional, etc., etc., em qualquer dos casos, perante sucesso desastrado ou mesmo negativo, cuja a autoria/responsabilidade não fosse directa e imediatamente constatável, desde que com elemento hierarquicamente inferior presente ou nas proximidades, a este último seria quase invariável e indiscutivelmente atribuída a culpa e/ou a responsabilidade, havendo até um dito, tão só ao nível da hierarquia etária que era: "onde há moços (infantil/juvenis) não se culpam homens (adultos)!". E assim sucessivamente ao longo das diversas múltiplas hierarquias vigentes(*), inclusive e se acaso com inversas nuances face ao anterior, pelo menos de entre indivíduos de estatutos diversos entre si, como por exemplo um infantil-juvenil de estatuto etário inferior face a um adulto, no entanto se o adulto em causa fosse de estatuto social inferior, aqui já não na hierarquia entre indivíduos, mas sim na hierarquia entre próprios estatutos, salvo excepcional motivo, por norma prevalecia a superioridade do estatuto social sobre o estatuto etário. Pelo que falando por mim, com extensão a um indefinida série doutros exemplos equivalentes, que enquanto infantis-juvenis, pior ainda se do género feminino, enquanto tal de origem pobre/humilde/obediente, na base de todas as hierarquias bases sociais instituídas ao nível das minhas origens, equivalia a ser-se basicamente nada e ninguém, aquém e além do que uma série de estatutos superiores nos quisessem ou lhes conviesse atribuir-nos. De entre o que depois entravam os, por si só, mais das vezes pseudo benévolos, maternalismos/paternalismo, não necessariamente familiares ou só familiares, mas também sociais em geral, a falar em nome do bem de cada qual... enfim, para já é melhor não me alongar muito mais ao respeito, porque a temática tem muito (mais) o que se lhe diga e eu necessito avançar para com o presente contexto que não se quer demasiado logo/fastidioso.

No fundo, com base em tudo o anterior e em algo multiplamente mais que lhe esteja ou não directamente inerente, o facto é que de entre mim e o exterior, no fundo e desde logo de entre mim e os meus princípios socioculturais e vivenciais originais, algum dia, logo a partir da minha idade infantil-juvenil, com irreversível agudização na adolescência e cristalização na idade adulta, acabei mesmo por me render à perspectiva externa a meu respeito, o que como tal e global regra geral coincidiu com, no limite, auto assumir-me a mim mesmo pela negativa ou como positivamente inócuo. Cujo para desde logo e por si só manter a coerência face a ter-me auto assumido pela negativa ou como positivamente inócuo, segundo os meus próprios princípios, em certa e substantiva medida, nem os elogiosos adjectivos de engraçadinho ou sossegadinho, me serviram positiva ou valorativamente de mim para mim mesmo, pois que como tal passei a também desvalorizar ou mesmo a, no limite, auto renegar de mim para mim mesmo qualquer elogiosa observação externa de engraçadinho por partes doutrens com relação a mim, mesmo que e/ou até quando essa elogiosa observação vinha da parte do género feminino que eu adoro, pois que dalgum modo passei a no limite auto abominar-me tanto mais a mim mesmo quanto mais alguém olhasse elogiosamente para mim como engraçadinho, com base na mera e primária vertente física/exterior, que de resto é muito relativa por si só e assim, em grande medida eu jamais a auto aceitei como tal e sem mais; enquanto no relativo à também e à partida elogiosa observação externa para comigo baseada na adjectivação de sossegadinho, era por um lado o próprio exterior a anular esta enquanto associando-lhe os depreciativos adjectivos de banana e/ou sonsinho, além de que regra geral eu mesmo sempre senti esta última como um elogio ao que eu não era e não fazia ou deixava de ser e de fazer por mim mesmo, inclusive por no limite ser opressiva/repressivamente abafado pelos hierárquicos estatutos superiores e por outro lado como diz o ditado "não podes com eles, junta a eles" eu mesmo a partir de determinado momento me ter passado a auto anular prática, interactiva e funcionalmente a mim mesmo, como tal a ter-me auto assumido como positiva ou absolutamente nada e ninguém por mim próprio. Face ao que qualquer elogiosa exaltação exterior, designadamente taxando-me como melhor das hipóteses de sossegadinho face à por minha (tímido-introversiva) natureza própria, mas também à (opressivo/repressiva) cultura social, a que final e circunstancialmente se adicionou o (humilde/obediente) facto de eu mesmo me ter rendido a tudo isso, em qualquer dos casos tendo por base o que no fundo são os meus princípios originais, também acabou sendo motivo para eu auto desvalorizar ditas elogiosas exaltações externas face a mim, restando então apenas e tão só ser mesmo e como melhor das hipóteses nada e ninguém.

Ainda que, então sim e também, da minha natural e pró positiva parte, não conformado com tudo o anterior, por assim dizer entrei em conflituoso processo de auto-gestão interna, de entre não me sentir nem me constatar positiva/substancialmente algo e alguém, procurando no entanto ser precisa e pró positiva/substancialmente algo e alguém, no fundo ser eu mesmo pelo meu pessoal, humano, vital e universal melhor. Ainda que e/ou até porque ao ter eu nascido e crescido materialmente pobre, sem tão pouco respectiva vocação natural ou pelo menos vivencial sócio-cultural e familiar própria para adquirir e gerir respectiva riqueza material; pior se de forma para mim muito circunstancial e profundamente marcante, não tendo eu jamais conseguido integrar-me devida e a espaços ou em certos aspectos sequer absolutamente no meio escolar com resumida conclusão num meu redundante fracasso interpessoal social e curricular; com tudo o anterior extensível à minha vivencial existência, modo geral; por irónico/paradoxal que seja ou pelo menos apreça, o facto é que basicamente o mais, melhor, quando não único com que pude passar a contar foi comigo mesmo, ainda que e/ou até por como já referido atrás em conflituosa auto-gestão pessoal e existencial própria. Que entretanto e justiça seja feita, tudo também com devido e acrescido destaque para o continuo e em certa media incondicional/impagável apoio dos meus pais, inclusive ao logo da minha idade adulta, como tal muito para além do que seria absoluta/correntemente suposto esperar ou sequer desejar; sem ainda esquecer toda uma multiplicidade de positivas referências de vida humana e extra humana, em qualquer dos casos exteriores a mim, designadamente a começar logo na própria e genérica energia vital, desde os vegetais aos mamíferos, que duma ou doutra imediata ou remota forma e segundo a sua própria essência e/ou a minha positiva interpretação dessa sua própria essência, sempre foram e são referências que jamais me faltaram pró influente potenciação ou concretização do meu pessoal, humano, vital ou universal melhor próprio. Cujo o intermédio resultado é (também) este que e como agora aqui se pode constatar via escrita, no presente caso concreto directamente inspirado por uma minha personalidade derivada das minhas mais remotas origens e a sua cronicamente pouco ou nada positivo-abonatória perspectiva a meu respeito, que por diversos motivos próprios e envolventes me habituei a impotentemente assumir como tal, mas não a positivamente conformar-me com a mesma enquanto tal, de que resulta o grande objectivo de procurar ser eu mesmo o mais plena e naturalmente possível, pelo meu pessoal, humano, vital e universal melhor próprio _ seja isso o que quer que seja ou signifique, passando desde logo pelo presente.

VB

(*)... com ressalva para o facto de que não tenho absolutamente nada contra estatutos hierárquicos desde que naturais e positivos, a começar logo por pais sobre filhos ou mais velhos sobre mais novos, desde que o exercício prático subjacente seja de positivo respeito do estatuto superior por si mesmo e face ao estatuto inferior, levando este último a respeitar-se positivamente a si mesmo, ao seu superior, ao próximo e à própria vida modo geral. Como seja o (quase) literal inverso do que por generalizada norma se passava ao nível dos meus princípios existências e que em alguns casos se contínua a passar, com não raro os hierárquicos estatutos superiores a imporem-se de todo mais pela razão da força do que pela força da razão, desde logo pró incondicional obediência dos hierárquicos estatutos inferiores, em ciclo vicioso, do que pró positivo respeito mutuo e para com a própria vida, em ciclo virtuoso! VB

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