domingo, janeiro 20, 2013

Paradoxo

            Há muito (anos) que da Vida apenas espero ou tenho como certo: a dor, o sofrimento e/ou a morte(*) _ literal ou parcial; tudo o mais é excepcional: benesse, conquista e/ou ilusão(**) _ atrás da mais bela rosa estão os mais aguçados espinhos.

            Em regra o prazer e/ou a vida duns está baseado(a) na dor ou na morte doutros (seres viventes), nesta acepção, desde logo por prosaica via da alimentação fisiológica, com o ser humano no topo da cadeia alimentar (animal); quando não raro o prazer e/ou a vida duns seres humanos está até também baseado(a) na dor ou na morte doutros seres humanos, nesta última acepção por respectiva via da acção derivada de por exemplo interesses, ideologias e afins duns seres humanos face a ou sobre outros seres humanos.

            Em si mesmo, com ou sem amor, que de todo potencial ou procriativamente mal se sem amor, está o próprio, fugaz e universal prazer sexual, que de origem foi e duma ou doutra forma continua a ser um meio da vida levar à procriação de mais vida (dor, sofrimento e morte; com suas respectivas benesses, conquistas e/ou ilusões). 

            Tudo isso incluindo intermédia(o)s: justiças e injustiças; dignidades e indignidades; sensibilidades e insensibilidades; amores e ódios; por si só espiritualidades e racionalidades (humana(o)s. Que de resto há no paradoxo vital ou existencial, com todos os seus intermédios, um forte apelo à espiritualidade, mas também à racionalidade e a mais uma infinidade de vertentes vitais ou existenciais, nem sempre, nem por frequentes vezes de todo compatíveis de entre si, em especial no que há humanidade diz respeito! Sendo que eu auto definiria basicamente o que e como aqui escrevo, de entre os mais diversos pólos em causa, mas acima de tudo de entre espiritualidade e racionalidade.

            Entretanto haverá quem diga que: não se pode ou não se deve pensar assim _ como o que eu aqui escrevo reflecte _ e ainda os mesmos ou outros dirão que: pensar ou deixar de pensar assim, leva em qualquer caso e em efectivo aos mesmos (como melhor das hipóteses: paradoxais) resultados práticos. Na sequência digo eu que talvez uns e outros, num respectivo caso e noutro, tenham ambos razão e/ou talvez não(***)!?

            Conclusivamente, tendo por base a minha própria experiência de vida e/ou o que eu mesmo absorvi até ao momento acerca da vida envolvente, não sei em objectivo até que ponto acabo de escrever um grande disparate ou não?! Mas no caso, por via de publicação do mesmo, deixo essa análise e/ou qualificação ao critério da racionalidade, da intelectualidade, da objectividade, da espiritualidade, da própria vida e/ou se acaso do por si só bom senso ou disparate alheia(o)s. Por mim limitei-me a escrever espontaneamente e a expor objectivamente, o que e como a minha disparatada ou sensata consciência própria me ditou _ creio e espero eu que como pior das hipóteses para suscitar a sensata ou disparatada consciência alheia, salvo a imodéstia e a presunção, para níveis pouco ou correntemente mesmo nada habituais!

                                                                                  VB 

            (*)(**) Que na vida prática e corrente do dia a dia, por diversos motivos e razões, uns estarão mais próximos ou mais dentro duma dimensão(*) e outros da outra(**). Eu pessoalmente, sem lamentos nem regozijos, diria confessamente que navego de entre uma coisa e outra, com a fé, com a esperança e/ou com a ilusão de alcançar a plenitude vital ou a maior proximidade da mesma!

            (***) Há por si só muito complexas e sensíveis nuances no que ao paradoxo existencial diz respeito, como para que salvo unilateral radicalização, de resto só uns tenham vital ou universal razão face a outros, desde logo para que uns e outros tenham unilateral razão face ao que e como eu aqui escrevo, incluindo que pólos radicalmente opostos frequentemente se tocam ou confundem de entre si _ nas práticas e/ou nos resultados finais; aquém e além de que num mesmo acto humano, face à própria vida, façam toda a respectiva e sensível diferença os princípios, os meios e/ou os fins com que se pratica esse mesmo respectivo acto, sendo que por vezes para princípios, meios e fins equivalentes se pratiquem actos bem distintos! Perante e para com o que em qualquer dos casos, em especial se quando os princípios, os meios, os fins e/ou os actos associados não sejam os mais positivos, respectivamente assobiar para o lado ou enterrar a cabeça na areia, é que não são de todo bons conselheiros _ sendo que em especial aqui falo por experiência própria e mas também por constatação envolvente, com respectivos resultados práticos quer na minha crise existencial própria, quer na colectiva crise existencial envolvente, em qualquer dos casos por não raro e paradoxal beneficio de falsas ou de sensacionais aparências de sucesso exterior.


            

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