domingo, junho 29, 2014

Redundante desencontro com a vida

            Sem absoluto prejuízo de todas e de cada uma das minhas restantes amizades reais/virtuais, mas tendo por base precisamente uma das minhas amizades virtuais que sob diversos aspectos mais admiro e estimo e/ou outra com quem mais interajo e por isso também estimo, como paradigma do e para o meu mais redundante e enquanto tal parece que também eterno desencontro com a própria vida, digo: 

            Quando talvez também por minha natureza pessoal própria e mas desde logo por minha origem sociocultural, familiar e existencial original eu nem sequer gostava de futebol, nem de ver nem de jogar, mas o facto é que com o passar do tempo e das circunstancias da própria vida, em que por si só o futebol se foi tornando um factor socialmente transversal, sequência de que entre a minha infância e adolescência acabei encontrando na prática desportiva/futebolística não só e desde logo um escape à minha impotência e inadaptação interpessoal, social e curricular escolar da altura, como também e/ou acima de tudo uma forma de (pró) socialização. E mas precisamente quando nesta mesma sequência eu me tornava cada vez mais dependente da prática (pró) desportiva/futebolística, eis que relativamente graves, por si só crónicos e mesmo degenerativos problemas físicos me foram gradual e sucessivamente afastando da prática do futebol, da própria corrida, da bicicleta, até ao ponto de actualmente já sentir dificuldade até no caminhar normal do dia a dia. 

            Escusado será dizer que pelo meio me senti afectado por mais ou menos profundas depressões, mais concretamente por carência de autoconfiança, de auto estima e de amor-próprio, com relativamente abrangente desestruturação pessoal e existencial própria e/ou desintegração interpessoal e social. Em qualquer caso e acima de tudo tenho-me sentido em quase constante e permanente desencontro comigo mesmo, com o próximo e com apropria vida. Cujo nesta ultima desencontrada acepção, entra o facto de que precisamente uma das minhas actuais amizades virtuais que mais admiro e estimo ou a outra com quem mais interajo, enquanto ambas do género feminino que comentam frequentemente os jogos do mundial no Facebook, quando entretanto eu me fui gradualmente afastando quer da prática quer da assistência futebolística, ficando enquanto tal também desencontradamente fora da ligação destas minhas destacadas amizades virtuais ao futebol, sendo que quando e enquanto eu me havia tornado, por assim dizer, futebol-dependente precisa e mais uma vez desencontradamente o género feminino à altura valorizava muito pouco o futebol, quando não era mesmo adverso ao futebol.  

            Global sequência a partir, através e/ou até para com a qual, apenas me restou um mais ou menos complexo e mas desde logo circunstancial/providencial processo de auto gestão pessoal e existencial própria, de que por si só o presente é resultado prático. A partir de que eu só posso e devo esperar e/ou tudo fazer para que este meu dito processo de auto gestão contribua para um meu qualquer genuíno nível de reencontro pessoal, humano, vital e universal comigo mesmo, com o próximo e com a própria vida. Mas por enquanto e entretanto é mesmo um recorrente e redundante desencontro comigo mesmo, com o próximo e com a própria vida o que, ao menos intermitentemente, vai continuando a falar mais alto! 

                                                                                              VB    

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