segunda-feira, novembro 09, 2015

"É muito bom ser diferente"

Tendo por base o link, http://goo.gl/OLvr3d , pessoalmente escrevi:

Confesso que me (auto) "torturei" durante anos, mesmo durante décadas, achando inclusive que era positiva, prática ou absoluta pior que todos os demais, não raro ou em regra tão só por não me enquadrar em muitas das normativas socioculturais vigentes; isto tanto mais e pior quando e por quanto na minha original base sociocultural e existencial prática ser diferente da manada e/ou melhor ser igual a si mesmo era no mínimo motivo de preocupação e no máximo sinónimo de descriminação, de estigmatização negativa, no limite de alguém indesejável, recriminável, louco e desprezável ou se excepcionalmente pelo inverso era-se sinónimo de genialidade, de admiração, de adulação, de endeusamento, de estigmatização positiva _ talvez paradoxalmente por isso os socialmente ditos "génios" terminem como "loucos" e/ou vivam como "extravagantes"!

Mas como por mim mesmo falando, que jamais tive excepcionais e/ou absolutos dotes de genialidade, se a insistir na minha singular identidade própria estava obviamente condenado à descriminação/estigmatização mais negativa ou pelo menos intermediamente depreciativa; pelo que por si só enquanto carente de genialidade e ainda por correspondente receio de estigmatizações negativas/depreciativas, acabei mesmo por me auto anular enquanto tal (singular identidade própria); ainda que numa subsequente inversão de caminho ainda actualmente procuro reencontrar a minha verdadeira singular identidade, após tê-la perdido em sequência de dalgum modo me ter rendido às normativas socioculturais, com estas últimas independentes e não raro mesmo inversas à minha singular personalidade e identidade própria.

Sendo que enquanto naturalmente jamais satisfeito ou conformado com a minha auto anulação, cheguei à não menos natural conclusão de que auto anulação por auto anulação que então fosse auto anulação total. Como seja que auto anulado como personalidade e identidade própria melhor fosse literal auto anulado vital. A partir de que se queria e/ou quero auto subsistir na e à minha auto anulação enquanto personalidade e identidade própria, teria e tenho de rebuscar esta última. O que por diversos motivos e razões, que podem chegar a ser tão complexos e/ou mesmo contraditórios, quanto precisamente a minha personalidade e identidade própria não deixou jamais de estar, no mínimo, latentemente presente, como tão pouco o contexto sociocultural envolvente deixou de ser o que e como é, ainda que com revolucionária evolução nas últimas décadas, o que de entre uma coisa e outra, incluindo ainda que eu nasci, cresci e salvo raros excepcionais lapsos temporais continuo a viver em contexto sociocultural rural onde todas as evoluções, em especial se positivas, chegam mais lentamente, o que no seu global conjunto e no meu caso pessoal concreto me exigiu por exemplo um muito significativo e não raro mesmo profundo auto isolamento, desde logo e como mínimo auto isolamento interior, por assim sucintamente dizer de base introspectiva/circunspectiva. Enquanto auto isolamento este que em si mesmo e se além de determinados limites temporais e/ou de intensidade, se tornou e torna contra natura humana e enquanto tal anti natureza sociocultural geral. Mas em que por si só e a titulo de exemplo da origem do que e como aqui escrevo, deste meu auto isolamento, no caso pró rebusca da minha singular identidade perdida, resultou por exemplo uma intermédia descriminação/estigmatização sexual da parte do meio sociocultural envolvente acerca de ou sobre mim, no caso tendo-se-me taxado de suposto homossexual, porque tendo-me entretanto desencontrado de mim mesmo dum modo geral, logo me desencontrei também e/ou acima de tudo do nível sentimental, não tendo enquanto tal casado nem por norma me relacionado proficuamente com quem quer que seja, no caso com mulher ou com homem. Claro que aqui poderia sempre ter recorrido ao mero assédio sexual, se acaso e no meu caso pessoal concreto só para provar a minha heterossexualidade, mas se por um lado nunca tive muito jeito para o mero assédio, por outro lado sempre senti ou achei injusto que ao aproximar-me (pró) sexualmente de alguém, esse alguém se pode-se apaixonar por mim e mas eu próprio mais e melhor não desse ou retira-se desse alguém do que mero sexo, desde logo derivando ainda esta minha consciência do facto de eu mesmo me ter chegado a apaixonar por pessoas/mulheres a quem na minha global auto anulação como personalidade e identidade própria não poderia corresponder integralmente à outra pessoa e mas acima de tudo à minha própria paixão pela respectiva, pelo menos aquém e além de precisamente mero e mecânico sexo _ o que sendo naturalmente aliciante em si mesmo, tanto mais ou menos se para um homem, também é ou pode na maioria dos casos ser profundamente injusto de entre mim e uma outra pessoa ou pessoas, no caso uma mulher ou mulheres. Seja que de entre o mesmo tão pouco deixei de ter as minhas paixões e/ou os meus relacionamentos, por assim dizer no primeiro caso mais ou menos inconsequentes na prática e no segundo caso demasiado esporádica e avulsamente. Tendo em qualquer dos casos prevalecido o meu auto isolamento, desde logo interior.

Seja ainda que o meu, singular, auto isolamento por si só derivado de perda versos rebusca da minha singularidade própria, que em qualquer caso e enquanto tal acabou e acaba sendo algo diverso, desde logo com relação à sociável natureza humana, mas no caso também com relação às normas socioculturais, de entre por exemplo heterossexualidade e homossexualidade, em que heterossexualidade é considerado normal e homossexualidade anormal; logo se socioculturalmente se queria ou quer castigar alguém pela sua singularidade, taxar esse alguém de homossexual era e ainda é uma das mais recorrentes hipóteses a considerar e se acaso a praticar socioculturalmente. Agora imagine-se algo assim dentro dum nível sociocultural, como o de onde eu originalmente derivo, em que homossexualidade era mesmo algo "criminoso", "pecaminoso", "abjecto" e afins _ de resto a própria sexualidade por si só era/é como melhor das hipóteses algo vergonhoso. Sendo ainda que, na genérica base de manipulação pró uniformidade sociocultural de todos e de cada qual, se eu trago para aqui o particular paradigma de descriminação sexual, é por este último ser algo básico e transversal à humanidade, ainda que ao nível da manipulação pró uniformização sociocultural, o mesmo ocorria e se acaso não raro ocorre por exemplo aos níveis político e social modo geral, em que quando se queria/quer estigmatizar alguém pela negativa basta taxar esse alguém, como algo diverso ou se acaso inverso à normativa sociocultural (política, social, sexual, etc.,) vigente _ aquém e além dessa taxação relativa a cada qual corresponder à realidade concreta ou não. Até porque quando a mesma é a realidade concreta e auto assumida por quem a comporta, a mesma é por si só paradigma da singularidade e não da colectiva bovinação/descriminação de cada qual. Do mal o menos que cada vez mais as pessoas se vão sabendo auto defender racional, cultural, intelectual e objectivamente de tais taxações pró bovinas ou discriminatórias, em especial quando as mesmas são injustas, além de que a própria sociedade é cada vez mais aberta e tolerante à diferença e/ou por si só à singularidade de cada qual, possibilitando como tal mais meios de defesa da singularidade de cada face ao colectivo, ainda que naturalmente também para com o colectivo. Mas já houve tempo em que assim não foi e mesmo actualmente ainda continuam a haver muitos casos em que as pessoas individual/singularmente não conseguem fazer essa auto defesa, restando-lhes duas grandes hipóteses: ou insistem na sua singularidade e arcam com as devidas consequências designadamente socioculturais, dependentemente ou independentemente de justas ou injustas e/ou então simplesmente subjugam-se às correspondentes normas socioculturais, mesmo que e/ou até porque não raro normas socioculturais diversas ou inversas à singularidade de cada qual e/ou do/a submetido/a em especial _ em que por destacado exemplo está o da tradicional discriminação sexual dentro do próprio casamento, salvo seja, do macho incondicionalmente sobre a fêmea, com esta última a dever subserviência e/ou se no limite a sentir-se culpada de todos os males conjugais e/ou familiares. De qualquer modo e em qualquer dos casos, já seja em insistência na singularidade própria ou em submissão às normas socioculturais envolventes, pelo melhor e pelo pior e para o bem ou para o mal do contexto sociocultural geral e da individualidade de cada qual em particular.

Que já agora se me é permitido, no que a esta questão da sexualidade relativa a mim, diria e digo que tendo eu já entrado na segunda metade da quarta década de vida, com auto abdicação da minha singularidade própria desde há muito e até por isso com uma vida/existência prática que é uma merda sob e sobre diversos aspectos, tanto mais ainda se em sequência de me expor como aqui o faço, se por exemplo eu fosse homossexual, tanto mais se numa sociedade já minimamente aberta à diferença eu assumi-lo-ia aberta e absolutamente sem sequer olhar para o lado. Ainda que tão pouco tivesse, tal como não tenho de dar conta da minha sexualidade, salvo às pessoas que comigo se relacionam intimamente. Pelo que ao referir tudo isto no que se refere à minha sexualidade aqui de forma aberta é só para dar um exemplo prático, concreto e por mim mesmo vivenciado no que às manipulações socioculturais pró uniformidade da manada, tendo por base preceitos e preconceitos socioculturais, aquém e além de qualquer natureza humana, vital ou universal. Como seja que ao taxar-se socioculturalmente a homossexualidade como algo negativo em si mesmo, logo se ao querer manipular-se alguém sociocultural e/ou por si só sexualmente bastaria ou bastará enquanto tal taxar-se esse alguém de homossexual, se acaso ou não raro com base em meras suspeições mesmo que objectivamente infundadas, aquém e além de tão só se deixar de corresponder directa, imediata, obediente, subserviente e/ou absolutamente aos cânones socioculturais vigentes em cada momento. Por exemplo no meu caso enquanto macho que ao nível sentimental e sexual procuro algo pessoal, humana, vital e universalmente mais pleno, genuíno e verdadeiro do que o casar só por casar e/ou porque a normativa sociocultural vigente dita que se não casar naquele tempo, dentro de determinados parâmetros e/ou mesmo em absoluto já tem de se ser homossexual e/ou qualquer outra depreciativa ou mesmo negativa coisa. Ainda que e/ou até porque não raro muitos dos ditos casamentos aceites, apoiados e/ou instituídos tradicionalmente na mais pura norma sociocultural, terminem redundando em famílias disfuncionais, no limite mesmo em ditas violências domésticas, em que inclusive socioculturalmente durante décadas, séculos e/ou mesmo milénios, apesar de e/ou até por muitas barbaridades inerentes: "entre marido e mulher ninguém devia ou deve meter a colher!". Aquém e além de que não raro constatavelmente há muitas pessoas que tendo ou não casado e tendo ou não descendência própria, no entanto e em qualquer caso terminam sendo mais positivamente úteis à vida em geral e/ou aos filhos dos outros do que os seus próprios progenitores. Nesta base, salvo que nas últimas décadas tem havido uma evolução pró positiva ao respeito, de resto digo eu muito clara, objectiva e se acaso (já) singularmente que: se lixem as normativas socioculturais pró bovinas e/ou cínica e hipocritamente pseudo morais!

Mas que sendo mais especifico ainda no que se refere às pressões socioculturais para com igualdade da manada, tendo ainda por base a sexualidade. Por exemplo eu assumo a minha impotência pessoal para qualificar a homossexualidade, salvo que do ponto de vista da procriação é algo absolutamente anti natura. Ainda que ai é a própria lei Divina, Vital, Universal e/ou Natural que o confirma, não sou eu que o qualifico enquanto tal. Mas segundo os interesses socioculturais vigentes pró ou contra a homossexualidade, seguramente haverá muito quem dum e/ou doutro lado me acuse ou possa acusar de não me definir qualitativamente ao respeito, aquém e além de como já o faço, que desde logo é auto assumindo a minha impotência para fazer tal juízo de valor, aquém e além do que a própria vida já o faz, ao menos da perspectiva da procriação. Seja que da perspectiva de muito/as haverá sempre um interesse em que todos e cada qual sejamos socioculturalmente a favor ou contra a homossexualidade, segundo os valores socioculturais vigentes a cada momento. E isto tão só do ponto de vista sexual, porque o mesmo se pode aplicar aos pontos de vista político, religioso e social modo geral, com interesses e/ou pressões num ou noutro sentido, no limite pró ou contra algo ou alguém. Sendo que eu auto assumo-me como neutro relativamente a tudo e todos o/s que não prejudique/m a minha vida, a vida alheia modo geral e/ou do colectivo enquanto tal. A partir do que no que a mim ofensivamente me toque, na medida do possível reservo-me o natural direito de auto defesa e até por isso, se for o caso, entenderei o direito de auto defesa alheia com relação a mim.
   
Global sequência de entre o que eu que até já despendi e/ou investi a maioria do meu tempo, das minhas energias e inclusive da minha saúde na minha singular auto anulação e/ou subsequentemente na inversa (re)busca da minha singular identidade própria, a partir de que uma respectiva coisa é certa, que é o facto de que por mim mesmo falando desde há muito e cada vez mais prefiro ser taxado de individuo "estranho", de "homossexual" e/ou no limite de "louco" do que ser mais um de entre igualmente inexistentes!...

 VB

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