quarta-feira, março 06, 2013

Ultimamente

           Tenho aproveitado todo o espaço e todo o tempo disponível para me dedicar à imagem fotográfica. Dedicatória não necessariamente duma forma prática, mas sim duma forma virtual, como seja na busca de material fotográfico usado e/ou a observar o trabalho fotográfico alheio, em qualquer dos casos via Net. Que de resto começo a crer estar a fazê-lo tanto ou mais para me abstrair da necessidade de escrever com tudo o que em regra me traz à escrita, do que propriamente como genuína ou convicta necessidade de regressar à prática fotográfica. Cujo imediato resultado é que salvo a ilusão de voltar à prática fotográfica própria e/ou ainda a sensação que a bela Arte fotográfica alheia, doutras pessoas, me transmite, de resto e por mim mesmo sem escrever sinto-me a ficar angustiado e/ou sem positiva ou absoluta expressão própria.

            Sendo que entretanto tenho uma significativa carência de espaço e de tempo para poder escrever e/ou para fotografar tudo o que, como e quando necessito ou gostaria, no caso enquanto carência derivada na sua maior parte da minha actividade laboral/profissional do momento, enquanto actividade que é fundamental para com a minha corrente e imediata (auto) subsistência material/fisiológica, mas que por si só não preenche a minha vida ou a minha mais substancial expressão própria, em certos aspectos até bem pelo contrário.

            A partir de que, em associação à minha actividade pró subsistência básica, creio ter de optar entre voltar à fotografia ou continuar a escrever, pois ainda que uma e outra coisa (fotografia e escrita) não sejam incompatíveis de entre si, podendo até ser complementares, no entanto dada a minha indisponibilidade de espaço e de tempo para sustentar o prazer da fotografia e a necessidade da escrita no seu conjunto, que no caso da fotografia inclui ainda limitação económica, então creio só poder ou dever optar por uma destas actividades, tanto mais ainda assim quando e por quanto sou um perfeccionista e no caso, até para tão só necessitar subsistir, necessito ao menos duma mínima prática de escrita. Seja que mesmo tendo circunstancial/providencialmente na escrita a minha confessamente maior, melhor quando não mesmo a única forma de expressão e de existência própria, no entanto o facto é que eu não escrevo de forma criativa, nem sequer de forma tecnicamente competente e muito menos ainda se de forma substancial, concepcional ou absolutamente perfeita, faço-o sim como uma pró vital, sanita ou subsistente forma de expressão e de existência própria; pelo que no relativo a ser um auto assumido perfeccionista, acrescentaria que sou um perfeccionista praticamente imperfeito, seja que dou o melhor de mim em tudo o que faço, ainda que o resultado seja pouco mais de que positiva, perfeita ou absolutamente nada _ como, sem falsas modéstias, se pode constatar(*)! De entre o que sem descorar de todo a possibilidade de regressar à lúdica, didáctica ou terapêutica prática fotográfica e/ou a qualquer outra prática positiva e legitimamente viável, no entanto e dadas as circunstancias, quiçá ou seguramente o melhor mesmo seja eu continuar pró vital, sanitária ou subsistentemente com a escrita, desde logo (expressiva ou existencialmente) de entre perfeccionismo e imperfeição próprio/a(s)!

                                                                                              VB

           (*) Tal como talvez também se poderá, imodestamente, constatar que mesmo "no vagão das mercadorias, procuro não perder de todo o comboio"!

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