quarta-feira, fevereiro 08, 2012

Desestrutução social de base capitalista

 Tendo como uma das principais fontes da e para a actual, afamada ou malfada, crise económica e financeira mundial ou europeia e ocidental em particular, o sector bancário. Inclusive sector bancário como base de sustentação ou espinha dorsal do sistema capitalista, relativamente ao que por si só não me atrevo a fazer positivos ou negativos juízos de valor, porque seguramente o mesmo tem virtudes e defeitos, como à partida e regra geral tudo o mais da e na vida, de entre o que o maior mal ou defeito do mesmo, como de qualquer outro sistema de organização politica, social, cultural ou no caso financeira, é esse mesmo sistema de organização ficar refém duma só perspectiva, no caso concreto a perspectiva de base capitalista sem muito ou nada mais _ o que respectivamente acaba por ter tanto ou mais a ver com a gestão e organização política e social modo geral do que com o sistema capitalista em causa ou qualquer outro em e por si só, dado que o mesmo só tem a força que tem, porque essa força lhe é proporcionada pela respectiva gestão política e social, tanto mais se em democracia ou seja sob livre responsabilidade de todos e de cada ou ao menos da maioria de nós sociedade civil. Pelo que antes, durante ou depois de apontarmos o dedo ao sistema capitalista ou a qualquer outro, como base ou centro de gravidade da organização social actual e de há muito a esta parte, pelo menos em democracia devemos também olhar para nós próprios (sociedade civil) e procurar saber o que fizemos, o que fazemos ou o que podemos fazer para melhorar a situação. Até porque com sede de lucro, de mais lucro, de mais lucro e de mais lucro económico/financeiro, quem disponibilizou crédito fácil e barato a torto e a direito foi o sistema bancário, mas quem acorreu mais ou menos indiscriminadamente a esse mesmo crédito fomos todos e cada um de nós ou pelo menos a grande maioria de nós sociedade civil. Talvez por isso não reclame-mos muito e/ou em grande escala, apesar da situação económica e financeira nacional ou da esmagadora maioria de nós ser cada vez pior ou mais precária, degradante e decadente.

Cuja grande desestruturação e mesmo injustiça da situação de crise económica, financeira e respectivamente social actual, passa por exemplo pelo facto do sistema bancário ter sido uma das grandes ou mesmo a maior fonte de responsabilidade para com a respectiva situação de crise; mas como os bancos são o centro de gravidade do sistema capitalista em que vivemos e como tal não podendo deixar-se os bancos ir a baixo, em vez de penalizados acabam mesmo sendo os mais ajudados financeiramente pelo Estado; Estado que por si só deve aos bancos; bancos que não financiam empresas, mesmo que viáveis e confiáveis como ainda há dias se constatou tendo por base uma empresa que produz equipamentos médicos, enquanto empresa a quem por seu turno o próprio Estado é o maior devedor!

Meu Deus! Entenderam alguma coisa?

Se não entenderam talvez ou seguramente seja erro linguístico ou de comunicação da minha parte(!), mesmo que a partir duma minha perspectiva muito básica e até simplista ao respeito, até porquer quer parecer-me que a coisa é ainda muito mais extensa, profunda, complexa, subtil e em certa medida até eventualmente perversa ou controversa do que o que e como eu posso expor. Mas dadas as circunstâncias, que esta sociedade é uma espécie de democrático e estrutural faz de conta e que este sistema de organização política, económica, financeira, etc., está significativamente falido ou pelo menos substancialmente em causa, parece não haver grandes dúvidas; de entre o que a maior gravidade pode estar em que o (sistema) que venha a seguir seja duma injustiça e desestruturação tão grande ou maior, do que aquilo em que estamos mergulhados, desde logo em que possam ser os grandes responsáveis da situação actual, duma ou doutra forma a continuar a mandar em tudo isto, como seja em todos e em cada um de nós modo geral; o que a ser assim, tanto mais se em democracia, será seguramente porque ao menos a maioria de nós o merecemos!


Que salvo a diversidade de opiniões e perspectivas ao respeito, pelo menos em alguns casos havendo quem não goste muito ou mesmo nada da democracia, talvez porque não gosta da responsabilidade democrática que lhe cabe, aquém e além de quem seria (semi)privilegiado da pretérita e enquanto tal saudosa ditadura; outros que eventualmente gostariam duma ditadura em sentido inversos à anterior; outros que pela sua simples e neutral condição existencial, lhes foi ou é relativamente indiferente a(s) ditadura(s) ou a democracia; e quiçá a grande maioria que não gostando de ditaduras, no entanto tem provado não saber viver positiva, responsável e consequentemente em liberdade democrática!

Não será por acaso que os grandes ou mais pró activamente responsáveis da crise actual, como por exemplo o sector financeiro ou bancário, sejam também os mais protegidos e que do alto duma superioridade que em certa media só tem artificialmente, inclusive superioridade derivada duma sociedade civil em significativa media ignorante ou analfabeta em termos económicos e financeiros, em que eu mesmo me incluo, sequência em que mesmo dito sector financeiro e bancário ou sistema capitalista que aproveitou o mais que pôde a ignorância e o analfabetismo económico/financeiro geral e que depois se arma em arrogante e prepotente, ao nível finaceiro com os afamados ou malfadados mercados a porem e disporem a seu belo prazer e com os bancos dizendo: acabou-se o crédito fácil e barato, inclusive _ digo eu _ para empresas viáveis, enquanto crédito que os mesmos disponibilizaram mais ao menos indiscriminadamente enquanto lhes interessou ou enquanto sentiram muito dinheiro à solta! Tudo mais ou menos perante um dito povo semi adormecido e anestesiado, enquanto povo que durante décadas sustentou activa ou passiva e mas em qualquer caso voluntária ou ilusoriamente o sistema, designadamente recorrendo a créditos bancários em alguns casos até para pagar o lanche no café ou um par de peúgas no super mercado; pelo que povo que tão pouco pode falar muito e em muitos casos não pode falar nada, não porque esteja (ainda ou já!
) formal ou ditatorialmente proibido, mas porque em grande medida e respectiva grande parte do mesmo não tem(os) moral própria para tal.

E que no meu, próprio e presente, caso se falo é porque auto assumo que jamais me consegui impor na vida ou na sociedade pela positiva; porque não me armo no que não sou, com base no que tenho de material ou no que ostento exteriormente; porque se não fui dos que me atulei em créditos, no entanto fui dos que tão pouco soube poupar ou investir o pouco que ganhei _ ao nível do investimento por exemplo e como mínimo criando o meu próprio emprego; porque dalgum modo se não fossem os meus pais, pelo melhor e/ou pelo pior, com mais tendência para esta última hipóteses só por certo não estaria agora a escrever o presente, apesar de e/ou até por tudo com o presente como o efectivo ou potencial melhor de mim mesmo; enfim se falo é porque me auto assumo como parte integrante do problema ou da crise e não como aquele que só sabe criticar o outro e/ou então calar porque na vertigem do sucesso ou do ter, do possuir e do parecer que durante anos reinou, agora que a situação se inverteu reina a vergonha e a frustração _ sendo que alguns nem mesmo com preservação do que têm ou do que parecem, deixam de ser frustrados, porque há sempre alguém que tem ou que parece mais e isso para muitos é motivo duma inveja avassaladora que não os deixa em efectiva paz! E neste último caso ou calam as suas fraquezas ou então eneltecem as fraquezas alheias para disfarçar as suas fraquezas próprias e assim _ salvo as devidas excepções de para com tudo o inerente _ e como sempre cá vamos andando!

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