quarta-feira, fevereiro 08, 2012

Emigrantes "ratos indignos"

28-01-2012

Tomei hoje conhecimento na rubrica O Provedor do Ouvinte da Antena1 da RDP, das palavras do Dr. º Quintino Aires, com relação aos portugueses que perante a crise económica, financeira e social interna acabam por emigrar como sendo ratos que covardemente fogem à primeira dificuldade! Sendo que enquanto estas palavras proferidas aos microfones da Antena1, muitos ouvintes se sentiram ofendidos e indignados com tais palavras, fazendo-o sentir ao respectivo Provedor do Ouvinte, pelo que precisamente por via da rubrica O Provedor do Ouvinte o Dr. º Quintino foi instado a justificar essas suas palavras e na sequência o próprio justificou-se dizendo em traços gerias: não se arrepender dessas suas primeiras palavras, designadamente porque tendo ele mesmo emprego e negócios, em qualquer dos casos de sucesso no estrangeiro, acabou desistindo dos mesmos para regressar a Portugal afim de ajudar(!) o País neste particularmente difícil momento.

Por mim que ao escutar as primeiras palavras do Dr. º Quintino, até mesmo eu que jamais emigrei ou penso objectivamente faze-lo, inclusive por curiosa e ironicamente confessa falta de coragem para tal, ainda que eu também tenha confessas aspirações pró universalistas, com influência cosmopolita e base geral nas minhas raízes rurais e provincianas, o facto é que acabei também eu sentindo-me ofendido e indignado pelas respectivas primeiras palavras do Dr. º Quintino; mas que no entanto ao escutar a sua justificação não pude deixar de concordar parcialmente com o mesmo, ao menos enquanto falando o mesmo por si só e sem mais, na medida em que o respectivo abandonou emprego(s) e/ou negócio(s), em qualquer dos casos de sucesso no estrangeiro, para patrioticamente regressar Portugal e ajudar o País, num mau momento interno. Mas ainda assim não posso concordar de todo em todo com as primeiras palavras do Dr. º Quintino, no que as mesmas se referiam a terceiros, na media em que desde logo a esmagadora maioria dos portugueses que emigram não têm nem os conhecimento técnicos, nem a formação e a cultura geral, nem a respectiva capacidade liberal do Dr. º Quintino para apostarem em si mesmos ou no País, num momento de crise profunda. De resto não creio que quem quer que seja emigre por prazer e que se for por prazer tanto melhor, além de que quem emigra também enriquece e prestigia o País, não só pela força e dignidade do seu trabalho no exterior, como pelo valor económico, financeiro, técnico, cultural, etc., que acaba importando para dentro de portas. E por mim estou tão mais à vontade para o dizer quanto jamais emigrei, nem penso objectivamente faze-lo, mesmo que no meu caso nem interna, nem externamente eu consiga produzir riqueza, restando-me pouco mais ou nada que ir auto subsistindo dia após dia, muitas vezes sei eu e saberá Deus como e por quanto!

Ainda que e/ou até pelo que não me lamente, nem me regozije, simplesmente auto assumo-me enquanto tal e sigo em frente o melhor que posso e sei _  que em parte é também o que e como se pode constatar!…


                                                                                                     VB

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