terça-feira, setembro 18, 2012

Medidas de austeridade

            Eu acredito, sincera e profundamente eu acredito. Acredito na energia vital inerente a todos e a cada qual. Acredito na energia vital inerente à própria sociedade muito em concreto. De resto a energia vital e a magia da vida são tão poderosas e misteriosas que eu já vi plantas e animais nascerem, crescerem e viverem nos lugares e nas condições mais inesperadas e hostis. Inclusive já todos assistimos a uma humanidade que se refez a partir das e/ou até nas condições mais vis e hostis. Pelo que reiteradamente eu acredito, não posso mesmo deixar de acreditar, não sei com que intermédias causas, efeitos e consequências, mas em conclusão eu acredito.

            Não me peçam é para a acreditar, porque tão sincera e profunda quanto inversamente ao anterior, isso é que eu não consigo, nem sequer é que não queira é mesmo que não consigo acreditar _ salvo enquanto naturais partes integrantes do processo. É por exemplo nuns “geniais” e auto proclamados “salvadores da pátria”, em que até acredito ou quero acreditar que os mesmos querem, que os mesmos gostam, que os mesmos pretendem, que os mesmos tudo fazem para isso; ainda que o resultado acaba por ser quase redundantemente sempre o inverso ou pelo menos significativa e substancialmente ao lado do prometido, do projectado, do previsto, do anunciado e afins. Sim refiro-me muito concretamente à classe política e a outros “génios” que social e culturalmente o valham. Sub ou sobre sequentemente não acredito tão pouco num dito povo, numa sociedade, no próprio país enquanto tal, como seja todos e cada um de nós regra geral porque há sempre excepções, precisamente quando e enquanto embalados por promessas “geniais” e suas correspondentes práticas. Inclusive e para além das promessas, em muitos casos e circunstancias em que até nem mesmo e se acaso bem pior por isso, enquanto com ajudas internas e externas de diversa ordem a coisa funcionou positivamente como devido, quer para os indivíduos quer para o colectivo. Seja que enquanto tal, a coisa parece resultar sempre mal ou inversamente ao pretendido e/ou ao anunciado.

            Por destacado exemplo não me vão designadamente pedir para acreditar numas ditas “medidas de austeridades” política e socialmente impostas, quando para além dos sucessivos exemplos históricos recentes ou remotos, os próprios e imediatos efeitos destas presentes medidas de austeridade em concreto estão desde já e substancialmente a falhar sob e sobre quase todos os aspectos, seja em quase toda a linha. De resto os “geniais” “salvadores da pátria” envolvidos, tanto mais se nas “criticas” e “austeras” circunstancias em causa, estão já todos tão enrolados, confusos, ditos e contra ditos, desacreditados por si mesmos e perante a sociedade, tudo isto quando a procissão ainda só vai no adro _ o que não impede que os mesmos não sejam parte da solução, se acaso até bem pelo contrário! Já quanto à sociedade e ao povo, que inclusive os anteriores servem ou dizem servir até por estes últimos os terem elegido para tal, vai começando a dar os seus mais substancias e transversais sinais de inquietude e se acaso de impotência, mas até por tudo isso também de que necessita e que quer (auto) sobreviver a si mesma(o) e às circunstancias envolventes.

            Pelo que conclusiva e ironicamente, com consubstanciados motivos e razões para assim ser, desde logo e se acaso tomando-me a mim mesmo como exemplo, acredito tanto mais na energia vital inerente a todos e a cada qual, ao individuo, ao povo, à sociedade, ao país e ao mundo, quando e por quanto precisamente com base e em sequência de “crise” de “austeridade”, com suas respectivas causas, efeitos e consequências. Até porque por exemplo e desde logo a necessidade aguça o engenho e por mais não dizer os grandes saltos e avanços da humanidade deram-se em sequência de grandes crises e austeridades, inclusive de grandes catástrofes naturais e humanas, aquém e além do que uma e outra coisa (natural e humano) se confundam de entre si.

            A partir de que já mesmo só a terminar, nem interessa se há esperança ou se não há esperança, se há fé ou se não há fé, se há horizontes ou se não há horizontes, se há perspectivas ou se não há perspectivas, etc., etc., pois que antes, durante e depois a energia vital enquanto tal impor-se-á duma ou doutra forma e quer a “crise” quer a “austeridade” e suas respectivas medidas circunstancial ou providencialmente não passam nem passarão jamais e tão somente de meras fases do processo!

            Só mais uma coisa com tudo isto não estou a pedir ou sequer a insinuar que todos e cada qual cruzemos os braços à espera da solução, mas ainda assim, mesmo que o façamos a solução aparecerá seja em que circunstancias forem(*), na hora e no contexto certos, acreditem que quem quer que verdadeiramente seja jamais deixará de agarrar a oportunidade e a respectiva solução, por si, pelo outro, pela vida, pelo universo. Tal como de resto está constante e permanentemente a acontecer, quando assim é levado a ser!

                                                                                  Victor Barão   

            Obs: Escrevi e estou de imediato a postar isto, após ter acordado, pelo que aquém e além de substancias, conceptuais, formais, técnicos, etc., defeitos ou de virtudes, desde logo o mesmo vale pela naturalidade e espontaneidade com que me foi suscitado, respectivamente eu o escrevi e o estou a expor ao exterior _ isso sim após um breve auto revisão, correcção e complementação, até porque em regra à primeira e imediata versão chega inclusive a faltar palavras e/ou a conter erros linguísticos que por vezes me custa a mim mesmo entender o que escrevi, ainda que sabendo o que quis ou o que necessitei escrever. Mas a partir daqui que cada qual que retire as conclusões que muito bem entender ou não possa deixar de ser.

            (*) Refiro-me ao substancial, não ao acessório, pois em regra para o acessório é necessário correr atrás, já o substancial está duma ou doutra forma sempre presente, necessitando isso sim é ser agarrado e concretizado!
             

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